quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

O CÍNICO

Aurivones é uma maneira contraditória de ação humana. Ele pode ser identificado no famoso ditado: “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço“.
Ele age sempre com segundas intenções. Nunca age de forma transparente. Dessa forma,ele não respeita os sentimentos e valores estabelecidos nem as convenções sociais. É alguém que é desavergonhado, descarado, imprudente, impassível. Geralmente,ele fala uma coisa e faz outra.
Ele adora confundir a população. Vive invertendo o sentido das palavras, da história. Geralmente ele fala da mentira como verdade e a verdade como mentira.
Apoiado por uma falsa opinião de que “a maioria sempre vence”, ele não fica sentado ,esperando a morte chegar, ele age para ganhar a confiança de todos.

Ele sempre pensa em benefício próprio. Nunca pensa no outro. Quando se aproxima de alguém é sempre por interesse, para levar vantagem em alguma coisa. Ele é um “sequestrador sentimental”. Quando ele se lança a cargos públicos é para atender os próprios interesses. Dessa forma, ele acredita que fazer política é a forma mais rápida de colocar em ordem a vida da família, dos amigos e dos parentes.
Em primeiro lugar, o maior desejo dele é esconder a verdade.
Em segundo lugar, ele pensa que a política é o meio mais fácil e rápido de subir na vida. O trágico é que aos poucos, o cidadão acaba se acostumando com toda essa situação
Geralmente ele, em sua totalidade, é inteligente e possui humor elevadíssimo. Tem a capacidade de observar a realidade que o cerca e de perceber um acontecimento rapidamente. Ele raramente confia nas pessoas, na realidade, suspeita de todos. Quase sempre ele é oportunista.
O antídoto contra ele é à liberdade de expressão, liberdade de opinião, liberdade de ação, liberdade política.
Norberto Bobbio, sociólogo italiano contemporâneo, considera que a liberdade política deve ser condição elementar para a tomada de decisões. Liberdade política significa educação de qualidade para todos, liberdade de cátedra, respeito às minorias étnicas.

Dessa forma, a maior virtude da liberdade política é a exclusão do cinismo. Ou seja, ao trocar o cinismo pela ética, o político renunciaria os bens e prazeres terrenos até conseguir uma total independência das necessidades vitais e sociais, assim pensava Antístenes, fundador do cinismo na filosofia grega.
Para Antístenes, a filosofia cínica, permitia ao homem, em primeiro lugar, alcançar o autoconhecimento e chegar à verdade das coisas.
Assim, o verdadeiro sentido da filosofia cínica era levar o ser humano à felicidade, entendida como não ser afetado pelas coisas más da vida e convencionalismos, que eram valorizados de acordo com o grau de conformidade e com a razão. Enfim, o cinismo que se constata atualmente na política é a versão descabida da famosa expressão “cara de pau”.

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